Direitos Humanos

Consciência Negra: ato na Avenida Paulista reúne militância e cultura

Consciência Negra: ato na Avenida Paulista reúne militância e cultura

Centenas de pessoas participaram, na manhã desta quinta-feira (20), na região central de São Paulo, da 22ª edição daMarcha da Consciência Negra – Zumbi e Dandara 300+ 30.

O ato organizado pelo Movimento Negro Unificado (MNU) e pela União de Negras e Negros pela Igualdade(Unegro)reuniu centenas de pessoas na Avenida Paulista para lembrar a importância de Palmares e seus líderes e a “representação dos negros nas instituições com poder de decisão na sociedade”.

A manifestação tevede dança e música de religiosidade afro-brasileira, com shows curtos de estilos musicais diversos, incluindo ritmos como reggae, MPB e Black Music. Entre as apresentações, ocorreram discursos curtos e objetivos, focados na importância damobilização em torno depautas comuns.

O professor Ailton Santos, um dos organizadores do evento, afirmou à Agência Brasil, que o momento é “justamente de fazer com que a sociedade brasileira, que se diz democrática, de fato faça incluir aqueles que, há muitos anos, historicamente continuam à margem da sociedade.


São Paulo (SP), 20/11/2025 - XXII Marcha da Consciência Negra na avenida Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

XXII Marcha da Consciência Negra na avenida Paulista. Foto – Rovena Rosa/Agência Brasil

“Diariamente, o povo negro sofre em função de várias violências. Normalmente falamos da morte matada, mas esse é o último estágio, porque até ela chegar, passamos diariamente por outras, que envolvemmobilidade, segurança, saúde e educação.”

Para o professor, é necessário que o governo reconheça que uma população, historicamente, está sendo colocada de lado.

“Então, a nossa bandeira é não morremos, e fazer com que o projetoque envolve a reparação, que hoje está na casa dos 20 milhões, seja aprovado para todos os negros e negras do Brasil”, concluiu.

Cuidado, não corre na rua

Ana Paula Félix, 56 anos, é copeira e acompanhou a marcha na tarde desta quinta-feira. Ela considera que é importante apoiar as manifestações, apoiar aqueles que sofrem preconceitoe desvalorização por causada cor.Com três filhos criados, de idades entre 34 e 30 anos, ela se diz orgulhosa por todos terem cursadouniversidades públicas, o que foi possível por meio de políticas de apoio. Mas ela ainda reclama que outras situações, “que ainda não melhoraram”.

“Você sabe que periferia ainda é o pior lugar para os negros morarem, porque é o lugar que a polícia não respeita. Enossos filhos é que pagam esse preço. Então a gente tem que estar sempre falando aos nossos filhos:- Cuidado, não corre na rua, anda sempre com documento, põe sempre a camisa, esteja sempre com o cabelo cortado, barba feita. Porque são os negros que mais morrem.”

Pautas e reivindicações


São Paulo (SP), 20/11/2025 - XXII Marcha da Consciência Negra na avenida Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Público na22ª Marcha da Consciência Negra, na Avenida Paulista . Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O grupo seguiu em caminhada até o Masp -Museu de Arte de São Paulo – onde foram sugeridaspautas, reivindicações e a possibilidade de participação em movimentos.Giovana Santos, 31 anos, que estava passando pela via,parou para escutare acompanhar os temas. “É importante acompanhar as políticas públicas que estão realmente ativas, sabe? Eu acho interessante, eu gosto de me informar”, disse a jovem, que trabalha como atendente de telemarketing. Para ela,a violência, inclusive policial, é um dos pontos para o qual tem mais atenção.

“Temos visto a polícia, que deveria sempre nos proteger, nos atacar. É muito importante a população saber disso, e é muito bom saber que os movimentos tem se organizado para reivindicar, embora aninda pareça um sonho, a gente sentar e conversar e tentar se entender”, afirmou.

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