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Basta ao Feminicídio é o grito do Levante de Mulheres em São Paulo

Basta ao Feminicídio é o grito do Levante de Mulheres em São Paulo

A mobilização contra o feminicídio encheu a Avenida Paulista neste domingo (7), em um grande ato com a participação de milhares de mulheres e homens. Nas faixas e nos discursos, o levante pediu ofim da violência contra as mulheres, com penas mais duras para crimes motivados por misoginia, e combate ao discurso de ódio.

O ato trouxe para a discussão questões estruturais que reforçam e mantém a violência de gênero. Entre os temas estavamlegislação, liberdade e respeito.

“Vim hoje porque acho que é muito importante tornarvisível a questão de quanto a misoginia fere o direito da mulher de existir, a nossa verdade de viver. Eu acho que tudo começa aí. Ela étudo que fere a liberdade da mulher”,dissea professora Jessica Torres, 39 anos.

Para ela,não há umaidade a partir da qual se deve falar sobre o assuntocom as crianças. A docentetrabalha o tema como parte do conteúdodesde o ensino infantil, já queos pequenos costumam repetircomportamentos dafamília, inclusive os discriminatórios.


São Paulo (SP), 07/12/2015 - Ato nacional pelo fim da violência contra as mulheres, com o tema Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas!, na Avenida Paulista.  Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Ato nacional pelo fim da violência contra as mulheres, com o tema Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas!, na Avenida Paulista. Foto:Rovena Rosa/Agência Brasil

“Por isso é importante que os professores abordem com livros, atividades, com carinho e cuidado, demonstrem o que são atitudes misóginas. É uma coisa que pode ser leve, entende? A gente não está aqui para ser agressivo, a gente só quer poder ser livre”, acrescenta.

A pedagogaFernanda Prince, 34 anos,trabalha com crianças de 6 a 8 anos. Ela considera muito fácil einteressante trabalhar o tema com esse público.

“Eles entendem muito fácil. É claro que sempre vai ter uma família ou outra que podever isso com maus olhos, mas é fundamental trabalhar essa pauta do feminicídio, da violência contra a mulher desde pequeno. E [esse tema] está em tudo, por exemplo, nos brinquedos, essa coisa de brinquedo de menina, brinquedo de menino, cor de menina, cor de menino. Tudo isso que parece ser bem ingênuo, na verdade, estão ali as sementinhas, tanto para obem quanto parao mal” explica a docente, que foipara a mobilização neste domingo por já estar exausta.“Eu acho que não tem mais como não vir prarua”, afirma, frente à quantidade de feminicídios e à facilidade com que pautas e influenciadores machistas destilam seu ódio em redes sociais e na comunicação eletrônica.

Maria das Graças Xavier, 58 anos, organizou a participação no protestode um grupo de mulheres e homens que atuano movimento de moradia na região sudeste da capital paulista. Segundo ela, a articulaçãofoi rápida e potente.

“A gente percebe que é um machismo estrutural, e precisamos acabar com isso,temos que quebrar com o patriarcado. Esse ato foiuma chamada das mulheres, feita em menos de 10 dias, nacionalmente,em todos os estados. Estou aqui em São Paulo, mas teve ato em Pernambuco, na Bahia, em Minas, em vários estados”, destaca a militante.

Graça, como prefere ser chamada, considera urgente a discussão do papel do Estado na construção de campanhas e políticas públicas de combate à violência. Para ela, quem vive nas periferias vê constantemente mulheres machucadas e vê ou sabe de mortes causadas porque homens não aceitam a igualdade ou mulheres não se submetam a eles.

Leis severas

Durante amanifestação, os participantes levavamcentenas de cartazes que pediamleis severas contra o feminicídio.

“Existe uma cultura de opressão às mulheres, uma cultura milenar. E tem muita mulher morrendo por causadisso, morrendo aos poucos com terrorismo psicológico, morrendo por falta de espaço na sociedade, dentro de casa, no trabalho.E a gente precisa muito falar disso”, afirma a comerciante Lilian Lupino, 47 anos.“Os homens se sentem protegidos por falta de leis severas de punição.”

Veja fotos da manifestação em São Paulo:

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